terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Todo dia, tentando não voltar.

Lembro tanto de você, como se tivéssemos vivido mil histórias.
Mil momentos.
Mil versões dessa vida que me leva incessantemente em direção oposta a sua.
A sua carne, a sua companhia, a sua forma de me tocar. 
Não sou sua.
Você não é meu.
Nada disso parece verdade, porque eu me deixei entrar.
Chega!
Me obriguei a sair.
Entre todas as coisas, a mais amarga é dizer (e manter), o não.
Decretar o fim aos poucos, me toma a leveza.
Me toma o seu cheiro.
Me toma, o riso.
Me priva do meu instinto.E por mais que seja o certo, me deixa murcha.
Nada pior do que negar o seu corpo,  o coração...
Ele, que se regozija  em uma esperança que nem por mim,é entendida.
A vida me é tomada e eu me jogo na redoma.
Me jogo, pra tentar me domar!
Me embolo na pressa de me acalmar...
Me isolo pra poder, me acalentar ao som dos pensamentos que não me deixam parar!
Mas eu vou, e tento todo dia,não voltar.



Aline Vallim.


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