sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

2016.


É como se os dedos pedissem um texto. 
A cada decisão que se toma ou a cada ciclo que se fecha. Redondo. Certo, mesmo errado. 
É como quem diz, analisa, para, pensa, reflete e se atenta para o que mudou. E eu vou lá, e querendo escrever, escrevo. 
Eu dei passos importantes considerando a minha individualidade, ao que me fazia bem.O que eu queria para mim. Neutralizei pessoas que me faziam sentir culpada sem razão, que por algum motivo me magoaram com mentiras,tanto a meu respeito como a respeito delas mesmas. Por sei lá quais razões. Não fui a pessoa que esperavam, fui a pessoa que eu esperei pra mim. Por mim. Doei meu tempo e ouvidos para quem merece de uma forma pura, doei para quem doa também puramente por doar. Esperar por reciprocidade não é egoísmo nosso. E há de se entender isso, a fim de não entrar em mil armadilhas. Relações fadadas ao mesmo destino. 
Mas a gente, só entende e melhora no tempo certo. Ao que me parece, eu melhorei. Meu tempo chegou. 
"Ahhh mas se for assim, vai fazer algo para alguém sempre esperando por algo em troca."
Pode parecer isso, aos olhos de alguém, até porque é uma linha tênue entre o egoísmo e o aperfeiçoamento da individualidade. (Mas é apenas você escolhendo quem pode e deve estar próximo à você. Dividir com você, a sua história.)
E resolver isso dentro de nós, entender que podemos querer o melhor para nós, e não apenas esperar que os outros o façam por nós, até porque eles podem não fazer, não é errado. Não é. Podem nos decepcionar, ou nem isso porque me parece uma palavra forte, eles podem não agir como nós esperamos. E não dá para esperar para todo o sempre atitudes que coincidam com as nossas.
Esse ano, eu precisei ouvir mais de mim mesmo, do que a vida dos outros. 
Talvez para algumas pessoas, Aline egoísta. A verdade, Aline melhor. 
Mais sã, mais sábia com relação a si. Dando ouvidos ao que eu escolhi por necessidades que poucos sabem, eu tive. Cada ano um grão melhor, um porcento mais perto de ser quem eu quero. Tô mais perto.
Há fases que você se resolve misturando-se a massa, mas há outras em que você tem que se perguntar algumas questões e lidar com as respostas. E dessa forma, às vezes nem todos saberão te ler, ou terão a boa vontade de tentar.
Ansiedade, a descobri de uma forma quase que sem controle. Ela pode parecer muito assustadora, mas a gente não para de tentar. E vai melhorando. Sempre vai.
Parei de me justificar, meus "sims" e meus "nãos" não precisam a todo momento de explicação. Contextualização. Às vezes, eu não quero só porque não tô a fim. E às vezes eu quero só porque estou.
Aprendi que ter vontade de sentir, não é sentir. As projeções continuam sendo as minhas perdições, a minha perda de tempo, a minha fraqueza. A minha romantização de pessoas, situações, de possibilidades pode ser perigosa mas pode me dar o que falta pra eu pular e isso pode ser bom ou ruim. Ruim, bom! 
Tive mais e mais certeza  ainda do que queria pra mim. Respirei um ar puro que em muito eu não respirava. 
Eu tive ainda mais certeza de que quando a gente muda, o mundo muda com a gente e para a gente.
Me enriqueci com relações, com conhecimento, com risadas, com levezas do dia a dia, que nos tocam como a brisa. E se nós não estivermos prestando atenção, elas se perdem de novo. Uma fração de segundo, um momento e talvez você perca uma descoberta, uma revelação, uma transformação. É preciso estar atento aos detalhes. Consegui detectar alguns padrões de comportamento, e assim detectando-os, mudei caso tenha tido necessidade. Mudei. Eu mudei! Tão lindo de escrever. 
Clareei o cabelo, coloquei o piercing no nariz que eu queria faz tempo. E na hora de furar, fiquei surda, tive falhas na coordenação motora, enfim. Descobri comidas, músicas, toques, jeitos, prazer onde eu não notava. Em quem eu não esperava.
Não conheci ninguém esse ano que eu gostaria de ter "desconhecido". Me (re)encontrei com pessoas que já estiveram por aqui, e voltaram. Dei adeus para algumas de vez, de forma irremediável. Foi um ano de muitas descobertas ou (re)descobertas. Foi um ano pesado para o mundo, mas foi um ano bom para mim. Para essa pessoa.
E nesse penúltimo dia desse ano de caos, eu me encontro em mim mesma, sem parecer que preciso estar em nenhum outro lugar, só bem aqui dentro de quem eu sou. E de quem me torno a cada dia.
E isso é lindo.
Então, tchau 2016. Obrigada por tudo. E vem 2017 aí, novinho!
E já me deu onda! 

=)


Aline Vallim.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Qual cor esconde sentimento



 


O amor, diga-me tua cor? 
Misturando em diante o rancor
Diga certeiro, mudou de cor?
Qual é a cor da ansiedade, da insegurança, da correspondência talvez incerta. 
Qual é a cor? 
A paz, branca como nos livros, indago-te, entao, azul?
Por que nao?
Em qual tom esconde tua ilusão 
Caro irmão 
Desafio-te a mostrar a cor do vento
Puro por sabedoria
Do inicial sentimento
Sinta a qual emoção 
Transforma seu tom
Mas onde não há nada, nem uma nuance como lá pode haver a sua paz? Branco? 
Do vermelho, instintivamente, pensamos na paixão e no inferno. 
Diga-me, por qual razão? 
Em pensar no poente transforma o teu anil em rosa. 
E em falar das rosas
Belíssima mãe Terra
Nos dá todas as cores 
a transformar em sensação 
Por que não? 
Me diz. 
Onde as emoções se escondem
E se as entendemos transcrevemos, é tudo tão diferente. 
Meu amor é tom pastel
Meu medo tem vários tons que desconheço 
O preto te cai bem?
Qual a cor que te seduz
Diga-me também. 
São tantas sentenças, de tom em tom perdemos a cor, tantas definições flertando com as não definições. São apenas sensações. 
Sortudo tu
Que extrapola a reticência.





As moças.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

O dono das palavras.


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Você é tão meu. As suas palavras e jeitos de expressar o seus pontos de vista me deixam tão sedenta que nem sei por onde começo, quando te vejo por aí em ardidas discussões, travando batalhas verbais rebuscadas e vencendo, colocando no bolso qualquer um com seus argumentos.
É como me deleitar, eu gosto tanto do seu cérebro, do seu cheiro, e do seu gosto que nem sei achar palavras.

Sinto uma admiração imensa por você, por ser tão grande e maior do que tudo. E um vazio inerente  por você não ser tão confiável quanto eu precisaria que fosse pra eu me apaixonar.
Um vazio e um alívio, diga-se de passagem, porque me apaixonar por você seria fatal para que eu pudesse viver a minha vida de forma plena, limpa, inteira.
Você é um dilema, uma controvérsia, um paradoxo poderoso.
Eu me afasto de quem eu quero ser com você, ao passo que tenho certeza que seria justamente quem eu gostaria se estivéssemos em outras circunstâncias.
Entre sumiços, mensagens, ligações e brigas ainda não entendo o que sinto.
Deve ser a minha velha mania de me apaixonar por projeções, pelo que eu queria que fosse mas não é.
Por quem você é,  mas não é pra mim.
Não quero te afastar ou me desfazer de você, mesmo ocupando um espaço pequeno nos meus cenários, ainda sinto que me despedir de você seria algo que não conseguiria. Voltaria e tentaria te recuperar porque não quero esquecer de você ou nunca mais falar.
Te admiro aqui de longe, flerto com você quando aparece, coração palpita quando vejo seu nome em alguma notificação de alguma rede social.
É surreal, é intenso. E eu nem ao menos, sei do que se trata.
Fica aqui, se mantenha mesmo que distante, presente.
Fica.


Aline Vallim.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Hortelã.


Era um daqueles sorrisos que brilhava, um olhar que era felpudo de tanto que me fazia querer aninhar. Aquela pessoa que você tem uma impressão de que foi tão bem feita que dá vontade de ficar olhando para sempre. Até as cores combinavam todas entre si e com ele também.
Tinha tempo que eu não via um pouco de inocência e nem eu mesma sei se vi, ou se preferi ver.
Lembro de olhar para você, pelo menos umas duas vezes, com uma cara de bocó porque quando eu te via, eu meio que me surpreendia com tanta boniteza. E continuei a me surpreender e nunca mais parei. Olho suas fotos e sinto um calor gostoso, como se o corpo tivesse ido a praia em uma daquelas férias gostosas de fim de ano em alguma casa de praia aconchegante. Me preenche, me deixa cheia de lembranças que eu ainda nem tenho. E é claro que tudo se mistura, inclusive aquela vontade de amar, com a vontade de sentir exatamente o cheiro do seu corpo, e o gosto dessa saliva que eu juro por todas as Deusas que deve ter gosto de Hortelã bem refrescante, assim como a sua presença.
Você tem cara de história boa, que eu quero contar muito.
Tem cara de safadeza gostosa, que eu quero passar um tempão fazendo.
Tem essa cara bonita de aventura, ciúme, loucura... Que cara essa sua! 
Mas assim como a inocência e as férias de fim ano, algumas coisas chegam ao fim.
Lembrei que você não existe, nunca existiu e eu quis mais do que tudo o que pensei que nos tornaríamos. Não houve tempo e pode ser que nem no futuro a gente conjugue esse verbo.
Lembrei que você foi se esvaindo motivado sei lá por quais motivos. Mas é claro que os teve.
E quem sou eu para procurar encrenca para mim e para os outros?
Quem sou eu para representar abandono e culpa?
Quem sou eu pra cometer os erros de sempre?
Eu não sou assim, eu sou tão mais. Eu sou certeza, sou garantia. E é exatamente o que eu procuro na reciprocidade de qualquer aproximação.
E você também. 
Eu nem sei se quero terminar esse texto porque prometi para mim que depois dele, nenhum mais será escrito sobre você. Porque senão a gente nunca se despede e eu quero muito me despedir. Não dá pra entregar em uma bandeja de prata, um lugar tão grande num cenário que não se quer ocupar.
Eu só precisava escrever sobre isso, hoje foi um dia longo e eu pensei bastante e eu...
Só precisava escrever.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Linha vermelha.





Eu em algum canto da festa que eu não queria ir. Queria, mas não queria.
Vocês sabem como é.
Você está em todos os lugares, mas não está em lugar nenhum. Está em cada copo, em cada cadeira, em cada olhar, em cada explosão de gargalhadas aleatórias. Sobressalta o meu coração. Querendo que a cada momento, seja a hora de ver tudo em slow motion só porque eu te encontrei. Dizem que é assim... Já foi assim! 
Mas você? Eu nunca te vi. Só te sinto por aí. Sinto você nessa tal linha vermelha que dizem estar em nossos tornozelos nos ligando à cada pessoa que ainda vamos encontrar.
Cedo ou tarde. 
Tarde, tarde, tarde. Mas o que eu sei?
Você parece que está por perto mas ao mesmo tempo, parece que se perde de mim sempre. 
Eu chego tão perto, você também. 
Sempre pra te sentir um pouco mais longe. 
Mais perto.  
Você é louco do jeito que eu preciso, eu sei...Eu sinto. 
Eu quero a desordem que eu preciso pra continuar. Me devolve o caos que me entrega às loucuras de quem se apaixona. Há tempos que não sinto assim, desse jeito que eu preciso. 
Você vai saber o que fazer com essa bagunça e vai  me bagunçar ainda mais, do jeito que eu quero.
Só porque você quer, só porque você também precisa. Me devolve seu cheiro e seu gosto, que eu nunca mais vou querer parar de sentir. 
Me oferece o seu toque e deixa eu te sentir também.
Eu sei, você vai. 
Eu sei, você vai. 




Aline Vallim

domingo, 4 de setembro de 2016

Teu comportamento te revela.

Não gosto mesmo de pessoas egoístas, que não se interessam pela troca e apenas pelo próprio umbigo. 
Não gosto de pessoas que se fazem de desentendidas para praticarem seus atos levianos e continuarem com seu sucesso entre as rodas as quais habita, não gosto. 
Não sou chegada a pessoas das quais desconfio das boas intenções e ações. 
Não gosto. E como dizem, não sou obrigada... Não é mesmo?
Com o tempo tô aprendendo mais e mais, mais ainda do que gostar dos meus ouvidos e alimentá-los só com coisas que façam sentido para a minha verdade, filtrar o que me interessa e sem nenhuma cerimônia me desfazer do que não. 
E isso é libertador! Sim, eu disse LIBERTADOR. 
Cansei de teatro, cansei das caras banhadas a óleo de peroba apenas pra satisfazerem seus próprios egos.
Cansei dos Joãos maravilhosamente desbraçados para que se continue fingindo ou tentando convencer a terceiros do que NÃO se é. Cansei de uma forma irreversível.
Às vezes tá tão na cara, tá tão ali pra qualquer um ver, tá tão maravilhosamente exposto, que o único desafio seria não conseguir enxergar... 
Porque cá entre nós, tá fácil à beça usar as vistas e assistir. 
Vá pra longe, vá. Me faça essa gentileza.
Perceba sem eu ter que ser mal educada, perceba apenas com as mudanças as quais eu me condiciono dia-a-dia. 
Perceba. Se vá. 


Aline Vallim.



domingo, 21 de agosto de 2016

Timing.

Tô aqui encarando o computador, nem sei o que eu tô fazendo aqui. Nem sei o que quero escrever, só sei que eu quero.
A mente bagunçada entre a procura, o questionamento do que já foi encontrado, e do que se quer realmente encontrar, tudo isso rodopiando forte num redemoinho parecido com o que ecoa lá fora. Ventania e ruídos  grandes  aqui dentro e eu sem ter pra onde correr.
A cada novo encontro que a vida nos proporciona, fica o gosto do querer mais da procura interna de cada um de nós.
Esbarrar uns com os outros pela vida, às vezes é insano. Porque o que temos pra mostrar é maior do que o tempo que temos. O famoso timing. Nada tem a ver com o ser certo, na hora certa, a pessoa certa. Tem apenas a ver com ser. Ou é ou não é.
E aí, você tem suas experiências, vida pra contar, cheiros, cores e barulhos. Vontades, querências que se alternam, se enfurecem e se aquietam.
Eu sei que tem algum motivo pra isso tudo, sigo achando, sigo sentindo. Eu preciso encontrar.
Me encontrar, te encontrar, encontrar. Preciso.  E nem sei por onde começar. Tem aquela tristeza que sucede aquela súbita exaltação. Ela vem sempre. 
E eu aqui, tentando cuspi-la, encarando o computador.
Já sei o que tô fazendo aqui, tô tentando mais uma vez descobrir o algo a mais que eu procuro. E eu sei que é você.
Eu somente ainda, não te encontrei, não sei do seu rosto, do seu cheiro e nem dos seus barulhos.

E que eu te encontre justamente quando o timing for nosso. 


Aline Vallim. 

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Vamos comemorar a hipocrisia?

Dois corpos masculinos, suados, um em cima do outro...
Um encaixado no outro, como se deseja.
Como eles querem e nasceram querendo.
Ninguém escolhe, você se percebe.
Me diz aí mulher, quando foi que você se descobriu heterossexual?
Como foi escolher gostar de pênis?
E você homem gay, como foi fazer a mais fácil escolha de todas?
Viver sendo gay em uma sociedade linda, com a mente aberta, sem preconceitos e tão acolhedora...
Deve ter sido uma escolha tranquila.
Afinal, quem não escolheria ser gay e viver em um mar cor de rosa como esse?
Ninguém escolhe, por isso dizemos que é condição.
Independe de vontade, é só você usar a lógica, o inverso e vai ver que não tem razão
achar que se escolhe  algo que é orgânico.
Estamos em 2016 comemorando uma vitória que já deveria ter sido comemorada faz tempo.
Tantos atores e gente famosa que forma opinião, declarados gays.
Tantas famílias formadas diferentemente do que é tido como grande família tradicional.
E ainda estamos comemorando uma cena em uma novela em um horário "nobre".
Sendo que na vida real já temos mais do que uma novela inteira cheias de cenas como essa, hoje comemorada.
Temos uma realidade que não condiz com tanta violência e conservadorismo.
Violência que mata. Conservadorismo que sufoca.
Outra coisa que me intriga é a grande tradicional família Brasileira.
O que essa sociedade considera tradicional? Alguém me ajude, por favor!
Tradicional como as traições recorrentes dos chefes e das chefes de família, agressões físicas, desrespeito, abandono entre inúmeros outros comportamentos adotados pelas pessoas de bem desse Brasil, dessa sociedade doente.
Me diga você, exemplar pai da tradicional família brasileira, como é ter uma ou várias amantes?
Me diga como é humilhar, coagir, ameaçar a esposa porque sente sua frágil masculinidade abalada.
Me diga, como é todos os dias se corromper mais e mais um pouquinho.
Subornando o guarda, desviando dinheiro em alguma transação escusa na sua empresa,
mentindo, escondendo...
Me diga como é ser tão do bem assim. De um bem tão seletivo. De um bem tão superficial.
Me diz como é ser tão nojentamente hipócrita.
Me diz...Por favor, me diga!


Aline Vallim.




segunda-feira, 11 de julho de 2016

Bebi mágoas.

 
 
Eu saltei num alvo rompido
Me joguei sem pensar
Tido como não tido
Concedi arriscar
Eu bebi as mágoas do azar ...

De tanto querer
Deixe-me piscar
Não consegui diferir
Precisei me dar
Quem se dá se dói
E de tanto doer
Acabei por me achar
No buraco do mundo.
 
 
As moças.
 

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Instintivamente auto-destrutiva.

Eu não sou parecida com nenhuma delas.
E isso não é ruim. Nem de longe.
Eu gosto de bebida quente e de pessoas também. Sempre fui a dos relações excêntricas.
Até no meu mapa astral fala sobre essa minha vocação.
Eu insisto em entrar em jogos que eu já tô perdendo desde o princípio.
E mesmo que eu ganhe, eu continuo perdendo. Porque ninguém começa alguma história com a tristeza de alguém.
Eu tenho uma coisa chamada instinto que eu não consigo controlar.
É a parcela da minha personalidade que mais consegue  fazer com que eu me afaste do que eu quero.
Eu quero ser boa recordação, eu quero ser leveza, tranquilidade.
Eu não quero representar nem por um segundo, o abandono.
Eu não quero ter problemas com finais de semana.
Quem quer que você seja, não pode me fazer doer mais do que me fazer gozar.
Eu olhei, pronto.
Já quero todo.
Tudo.
Dentro.
Quente.
Duro.
Duro é ter dois extremos tão latentes. Dois lados que se estapeiam e te tonteiam.
Difícil não é saber rimar e sim lidar com toda a confusão que é não ser
convencional, normal, corriqueira.
O dedo coça pra falar,a mente quer porque quer.
Na cabeça, mil imagens.. Tô apenas tentando saber onde você está.

Mas eu não tenho porque tentar, não tenho porque querer.
Eu tô aqui tentando apenas esvaziar a mente, espancando o teclado do computador.
Escrevendo qualquer coisa só pra desfazer as vontades.


Aline Vallim.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Analiticamente.


Era uma corrente do Facebook mas eu fiz em forma de texto, em tópicos de uma forma bem iniciante que é como  nos sentimos ao falarmos de nós mesmos.
 
1. Eu fumo faz tempo mas ninguém nunca diz e se surpreendem quando eu conto.
2. Eu sempre gastei mais do que ganho. Amo gastar dinheiro, especialmente com comida.
3. Não sei o que quero pra minha vida profissional. Simplesmente não faço ideia do que escolher pra fazer o resto da vida. E isso me agonia.
4. Penso demais em algumas coisas e em outras sou totalmente louca e ajo sem nem ao menos cogitar qualquer possibilidade.
 5. Sou temperamental mas já fui mais.
6. Tenho medo de não ter a minha própria família.
7. Não acredito no amor, embora eu acredite. (Complicado né?)
8. Viciada em Neosoro. Nenhuma vida segue sem o meu desentupidor nasal.
9. Estou sofrendo por ter parado de comer carne mas sigamos.
10. Eu escrevo e tenho 2 blogs. Um meu e o outro em conjunto com 3  amigas, no qual usamos pseudônimos.  E quero muito uma profissão em que eu possa escrever até os dedos caírem.
11. Viciada em café num grau extremo.
13. Tenho crises de ansiedade.
14. Excluo pessoas do meu círculo afetivo. Erros e vacilos recorrentes, eu não consigo lidar. Confiança é algo bem importante em qualquer relação.  Eu te excluo de uma forma que você nem nota, deixando de desempenhar um papel crucial na minha vida e sendo apenas mais uma pessoa. (E o melhor, você nem percebe...)
15.  Acho que pessoas que sabem discutir qualquer assunto de uma forma elegante, embasada e com propriedade são muito atraentes.
16. Sou carente.
17.  Tenho uma obsessão em saber sobre qualquer tópico. Quando percebo que não sei com propriedade sobre algum assunto fico um tanto chateada e começo a estudar ferozmente sobre aquilo.
(Ninguém sabe de tudo, não sejamos tão auto críticos. Estou tentando melhorar isso em mim.)
18. Não sou muito simpática com ninguém, de cara. Não faço questão mesmo de ser a pessoa que mais faz amigos na Terra.
Não é arrogância por mais que pareça, sou eu.
19. Eu tenho retenção de gengiva. Quando eu descobri, era pequena e pensei que tivesse algo a ver com perder os dentes mas não tem. Graças!!!!
20. E por fim, eu gosto muito de liberdade. Tanto de viver a minha vida, de sentir as minhas sensações e não ter que explicar tudo a todo o momento.
 
 
Aline Vallim.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Qual é a sua parcela de culpa?

A causa do estupro é o estuprador.
E ter que explicar isso, ter que fazer com que enxerguem isso é algo que me chega a causar nojo.
Algo que deveria ser orgânico, ainda não é por uma cultura social de que os homens são melhores apenas por serem homens.
Uma soberania burra sobre nossos corpos, sobre nossas vidas, em ambientes corporativos enfim...
Em pleno 2016.

Eu não creio que pessoas brincam com isso. 

Fazem piada. Ou simplesmente encaram como se fosse algo corriqueiro.
Eu estou em choque e enojada com o caso do estupro coletivo que aconteceu no Rio no dia 21 de maio,  tanto que a cada vez que leio algo relacionado é difícil concluir a leitura.
Eu rezo pra que nenhuma outra mulher/menina passe por isso.
Mas eu sei que até erradicarmos essa cultura nojenta da nossa sociedade muitas mulheres ainda sangrarão até a morte.
Sangrarão e sabe por qual razão?
Porque quando aquele seu amigo "legal" faz um comentário desvalorizando uma mulher pelo tempo que ela demorou pra dar pra ele, a chamando de "fácil", você escolhe não fazer nada.
Porque quando seu pai fala que mulher que bebe não pode reclamar se algo acontecer com ela, você deixa pra lá porque afinal ele é seu pai e já está muito velho pra mudar.
Porque quando dizem que saia curta é um pedido singelo pra um estupro, você ri. (Mas saiba, isso não é uma piada.)
Porque quando você vai a uma boate e puxa ou passa a mão em uma mulher que não te deu permissão pra isso, você contribui.
Você estupra. E segue estuprando.
Quando você passa na rua e fala "oi princesa" ou "que linda" ou mais escrotamente "Queria te comer toda", você estupra.

O jeito sexual e invasivo que você fala isso nos agride e você precisa entender que nem você ou seus amigos tem esse direito.
Nós não pedimos pra ouvir isso ou não demos permissão pra isso.
Então, antes de se ofender tanto e esbravejar que "não somos todos iguais" tenha a plena consciência que em uma escala menor e "menos grave" você contribui todos os dias pra morte de uma de nós.

Ou para a nossa violação física ou psicológica.
O sangue de todas nós está na mão de cada um que compactua com
cada ação preconceituosa.
Ou você luta ou você cala.
Porque nós não vamos mais calar.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Inconsequência.

"Todo mundo que entra na sua vida entra por uma razão."
Já achei que sim.
Mas quer saber? Não.
Elas entram algumas vezes apenas pra testar
se você consegue se manter no lado que escolheu trilhar.
Pra ver se você quer o que realmente diz e se prega o que tanto esbraveja.
Eu perco meus focos, às vezes.
Porque tenho dentro de mim, inconsequência.
E gosto de ter. Gostava.
Sei lá.
Quando a gente se conhece tem dentro de si sempre uma porra de duelo de lados,
um gritando o mais alto que pode pro outro e tentando desesperadamente fazer-se ouvir.
Por você mesmo.
Pela vida que você quer.
Pelas coisas boas que faço e pelo meu coração.
Mas nada disso fica de pé se você se deixa perder.
Ou puser a culpa no seu lado mais descompensado pra poder viver o que o outro lado seu quer.
Eu quero romance, quero divisão, soma, quero briga, pazes bem feitas dentro das paredes do
lugar que eu escolher estar. Quero preocupação, quero cuidado.
A gente tem que estar pronta pra receber o melhor e quando a gente quase
se perde percebe que não está.
Agonia essa de querer imensidão e bater com a cara na porta das suas inquietações.
Eu não tô pra coadjuvantismo, nem quero estar e não há nada de errado nisso.
Eu quero oscar de melhor atriz.
Quero um caos gostoso e logo em seguida paz, quero atuação das marcantes.
Não quero mais um perrengue pra conta.
Mais encheção de saco e cabeça.
Eu paro por aqui e nunca mais esquecendo de olhar pra dentro
que é pra não se perder no lado de fora dessa confusão.



Aline Vallim.

terça-feira, 5 de abril de 2016

A todos os que entendem o significado da palavra perda.

Amar alguém nada tem a ver com a cor da pele, com a beleza dos traços, com o que os amigos falam.
Nem sei se tem a ver com questão de ideologia...
Na verdade não sei o que conta, o que define, o que permite duas vidas se entrelaçarem.
E tampouco o que as faz permanecer juntas.
Torcendo, querendo estar junto, se importando, tentando consertar e poupar o outro.
Batalhando por apenas passarem o maior tempo possível totalmente juntos.
Se doer pelo outro, se preocupar, não comer porque o outro não está bem.
Se envolver tão genuinamente assim te leva um pouco embora mas te traz de volta à si.
Construir uma vida, montar um quebra-cabeça só de vocês...
Depois que você se desarma, se entrega, se desconstrói pra que te
reconstruam, eu imagino como será perder alguém que você ama assim, nesse nível? 
Como é estar com alguém durante a tarde e logo depois receber a notícia que essa pessoa
não é mais aquela pessoa.
Ela apenas se tornou um corpo, que ocupa um espaço.
Mas não te reconhece, não te dá beijos, não te braça, não sorri com o
seu sorriso ou gargalha das suas piadas.
De uma hora pra outra, a vida te levou quem mais fez por você.
Quem mais esteve com você em todos os momentos.
Você tentou ter esperanças de que tudo daria certo, rezou mesmo não sendo religioso, torceu,
tentou manter o otimismo.
Ou não, se entregou...
Voltou a fumar, voltou a beber, parou de comer...
Você já sabia antes de saber e não interessa qual tenha sido a sua postura mediante a uma
perda na sua vida, você fez o que pôde e ninguém pode dizer o que seria melhor.
Ninguém sabe como a sua vida se desenrolará daqui pra frente.
Ninguém pode te julgar, ninguém pode tentar imaginar.
Ninguém tem esse direito.
Você se encontra em uma posição agora, desfavorecida sem foco, sem referência...
Eu nem imagino, como dito, ninguém tem o direito nem de ao menos
tentar pressupor.
À todos que sofreram algo desse tipo, apenas boa sorte.
Que melhore, que o vazio diminua.


Aline Vallim.



terça-feira, 1 de março de 2016

Eu quero sintonia.




Eu, no meio do salão, me sentindo bem.
Completa, tranquila.
Não sei explicar, mas é a primeira vez em muito tempo que o coração está vazio.
Não é que eu goste, não é que eu não queira preenchê-lo, mas eu percebi
que é tão bom estar comigo mesmo.
Ou a sintonia é a mesma, ou não tem conversa.
E se tem uma coisa difícil de encontrar é sintonia.
Se é pra ficar tentando encaixar, dando desculpas
infinitas ou escutando lorotas, não quero.
Tô com preguiça.
Quer encaixar comigo e eu não quero?
Eu quero encaixar com você e você não quer?
Então, passa fora!
Não percamos tempo.
Não sejamos bobos!
E novamente, eu olhei pro salão, o lugar era lindo,era ao ar livre.
Bonito, iluminado, tanta gente bonita...
E eu parei pra pensar se todos se sentiam como eu.
Depois de tanta coisa que a gente passa, com a armadura tão grande, murosquase intransponíveis...
Eu estava bem mesmo, eu estava curtindo as amigas, vendo e reparando em seus sorrisos.
Nada paga isso.
Nada paga meus laços que construo em cada situação e os que são
de muito tempo e cuidados com amor.
Eu não espero ninguém, por mais que eu queira.
Eu só me tenho.
E é a única garantia que eu tenho de felicidade.
Ou eu tenho conexão real, ou eu tenho interesse genuíno ou
eu não tô a fim de mais nada.
Se eu não sou esse alguém ou você não é, eu não estou disposta a
preencher lacunas, ou matar carências que só me aliviam por um minuto. Para no momento seguinte, voltarem a me incomodar. Quero verdade.
Tô pronta pra ser o melhor.
Tô pronta pra ter o melhor.


Aline Vallim. 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Postura combativa.

Acho que a empatia vai mudar o mundo.
Acho que não podemos fingir que não escutamos ou vemos
cada palavra ou atitude agressiva contra as pessoas apenas porque elas
não são como julgamos "normal".
Tem que casar até 30?  Não.
Tem que amar homem sendo mulher?
E mulher, sendo homem? Não.
Tem que ganhar R$ 5.000,00 pra ser considerado
alguém bem-sucedido?
Tem que ter planos pra vida desde os 17 anos?
Tem que saber o que se quer fazer pro resto da vida desde quando
se acaba o Ensino Médio?
Tem que ter uma rotina pré-estabelecida pra vida toda pra ser considerado
dentro da normalidade?
Acho que estamos todos indo por um caminho esquisito...
A cada "se me deu de primeira é puta"ou
"se não casou  até agora deve ter algum problema..." que escutamos e não reagimos, nos anulamos.
Ou a cada "viados são todos promíscuos" que presenciamos e nada fazemos, nós
ajudamos esse mundo a ser mais falido, limitado e acéfalo.
Mesmo achando que nada mudará, se conseguimos mudar uma cabeça já
conseguimos mudar o mundo.
Pelo menos, o mundo de alguém.
Pelo menos, menos um pouco de amargura.
A cada vez que você se cala, você se torna mais medíocre.

Não importa se quem falou alguma asneira foi o seu pai ou
um senhor de 79 anos, em alguma fila de banco, como já aconteceu comigo nos dois casos,
você tem por obrigação tentar desconstruir uma mentalidade pequena.
Você não pode se calar.
A cada "não discute, não vai adiantar nada' que você obedece você se torna menor.
Você não precisa ser nada do que os padrões já estabelecidos te dizem.
Você apenas tem que ser honesto, ganhar o seu dinheiro pra bancar os seus gostos,
estar em dia com o tesão que rola dentro de você, fazer o que estiver a fim,
respeitar seu próprio tempo e levantar suas próprias bandeiras.
Lute as suas lutas. E as lutas dos seus irmãos.
E quanto ao resto, deve apenas ser uma pessoa gentil, porque tem um pessoal aí
precisando urgentemente.



Aline Vallim.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Completa o tanque de paixão, por favor?

É quase como a cada sentir, o mundo conspirasse para darmos um passo atrás.
E de tanto evitarmos cair, não se vive mais com a mesma entrega.
A paixão desestrutura você. Ela te tira do eixo, tira o equilíbrio.
O que a paixão tem de melhor é o que ela tem de pior.
O que a torna confusa mas um dos melhores sentimentos.
O amor é calmaria, é olhar pro outro enquanto o outro não vê,
encostar uma parte da perna enquanto se dorme só pra não parar de sentir a outra carne.
Paixão é ligação às 3 da manhã, é proposta maluca quando não se espera,
é não gostar do tédio ou  melhor não suportar ele.
Afinal, quem vai querer ficar parado quando se pode ir correndo até a Argentina?
Pelo menos é essa a sensação quando se tem paixão correndo nas veias.
Cada vez menos, nos permitem sentir isso.
Cada vez mais, nós deixamos de querer mesmo querendo.
E eu nem estou falando de amor ou mesmo de paixão. Sabe?
Acho que envolvimento seja de qualquer natureza precisa de reciprocidade.
Ninguém quer casar num primeiro momento mas você quer sim se sentir desejado.
E como todos nós estamos deixando de nos envolver é como se uns pros outros, fôssemos apenas
planos B espalhados pelo rascunho do que queremos.
E ninguém quer se sentir como se tivesse
sido encaixado em uma consulta de última hora.
Não é?
Ningúém.
Eu acho que ainda perdemos as melhores partes.
Desaprendemos a nos envolver genuianamente.
E se isso não é assustador,eu não sei mais o que é.
A palavra não tem mais força, a empolgação dura dois minutos, os sentimentos não afloram...
E a gente segue no revés de encontrar e sentir além do tempo.
E querendo estar longe dos muitos planos e da pouca vontade de expandirmos os laços.
Um pouco de paixão, uns pelos outros.
Pela vida.
Por favor!



Aline Vallim.









Esqueci de sonhar.

Reencontrei minha melhor amiga durante o período do ensino médio, brigamos por alguma razão estúpida que nenhuma das duas se lembra. Não é a...