Eu com um cigarro aceso e uma taça e vinho, ele deitado nu na cama. Eu tento desenvolver as ideias para transcrever o que sinto, mas a verdade é que ele me fez sentir como eu nunca, jamais esperaria sentir. Não agora. Eu me senti feliz. Bem agora, aqui, vivendo o que eu vivo e sentindo o que eu sinto. Pensando que seria impossível tirar a mente das coisas que me deixam triste. A gente se esquece que não pode perder tempo e que se algum contexto não parece favorável e se você já fez o que tinha para fazer, você apenas sai andando pra frente, sempre. Se move pro mundo se mover.
Ele levanta, vem ler o que eu to escrevendo, eu escondo o papel, me diz que eu tenho que parar e dar atenção à ele. Porque ele já tá com saudade e vontade, me faz cócegas algo que eu não gosto muito porque me apavora. Mas ele pode. Ele segue insistindo para eu largar a caneta, mas não dá.
Ele me inspira.
Eu larguei a caneta, fui pra cama. Fui dele, toda. Pela quarta vez nessa mesma noite, a gente fuma, bebe e come, volta pra cama. Joga, sorri, ri, vê filme. Filme chato, a gente para. E se toca, toca mais. E a gente fica molhado de suor e tesão, ele me fez esquecer, pelo menos por hora, me fez gozar, me fez rir. Meu corpo no dele, sincronia inesperada, poesia, charme, leveza, alívio. A vida é sempre feita de encontros, e por mais que algum encontro em particular não possa ser superado por outros, porque na verdade não pode mesmo.Vou te contar com toda a sinceridade que tento ter e reproduzir sempre: há outros encontros, bons de diferentes formas, outros tamanhos, sabores e cheiros. A gente precisa se manter aberta, livre mesmo presa, se deixando flutuar por aí pra não acabar emaranhada em sentimentos que não podem ser vividos e por essa razão precisam ser deixados para trás.
Se é entrega o que eu precisava além de toda a que já era minha, você me dá de antemão sem eu nem ao menos pedir, a sua.
"Toma!"
"Sente."
"Me sinta".
Você me diz sem precisar falar.
Um dia que pode ter mudado tudo, ou pelo menos me lembrado
que eu continuo sendo a pessoa mais viva que eu conheço e continuo sendo.
Aline Vallim.
sábado, 30 de setembro de 2017
domingo, 6 de agosto de 2017
O Universo quer falar.
Eu levei tanto tempo para escutar quem não tem boca.
Até agora, sentada aqui na frente desse papel e segurando essa caneta, te falando sobre o tempo e o que ele me fez, não sei se ainda consigo ouvir com perfeição. Mas já sei que há sinais e mensagens que são mandados à nós e que se não estivermos atentos, simplesmente os perdemos.
Saber disso já é um trunfo, mesmo que de vez em quando ainda percamos, por simples distração, alguns avisos. O universo tenta falar com você de todas as formas quando precisa te dizer algo. Ele se desespera, mesmo. Ele manda até whatsapp, ele bate na porta, ele desenrola bem de frente aos seus olhos situações que de alguma forma chamem a sua atenção. Ele fala com você usando a sua própria mente. Mas há momentos em que nem nela, prestamos atenção.
E lá vamos nós deixando escapar mais uma vez, uma das formas que o mundo e sua forma eficaz de girar, utilizam para levar-nos, algum recado.
Mas inesperadamente, você fica em paz. Depois de tanto se debater, você cede. Se entrega ao inevitável. É como se o pescador olhasse para o pescado esperando apenas que o mesmo se convença de que não adianta mais lutar. Assim é o Universo, a vida e nós, algumas vezes.
Em algum momento, é como se o seu inconsciente começasse a absorver os inúmeros recados mandados. E esse entendimento se alastrasse, se tornando totalmente consciente. Você sabe que deve diminuir a velocidade, você sabe que é melhor parar. Mudar a direção, o foco.
Não há o que fazer. Pelo menos não agora. Relaxe, é só esse momento.
Não é para sempre. Não é definitivo. Respira.
Como quem ao se afogar, para de chocar-se contra a água e bóia.
Não lute mais, só se desarme, aceite, tranquilize-se. Viva exatamente o que precisa viver. Talvez seja exatamente isso, o que a vida quer. As coisas vão se acomodando como tem que ser, sempre. O mundo vai continuar amanhã.
Resiliência.
Aline Vallim.
sábado, 29 de julho de 2017
Vontade.
Eu deitada ao seu lado
o calor que emana do seu corpo
bate em mim como a saudade
que sempre senti de você
mesmo antes de te conhecer.
Até sem te reconhecer.
Sua anatomia, conspicuidade.
Essa vontade.
Meus dedos resvalam com
carinho pela sua fronte.
Me perdi em você e não sei onde
me reencontrar.
É como se eu tocasse
o portal que me leva
diretamente para outra dimensão.
Que me transporta para a imensidão.
Tão cheio de culpas, errante
como qualquer tripulante
dessa embarcação.
Tão meu. Maravilhoso.
E é como se eu tivesse uma dívida
com o Universo por ter cedido
uma parte da sua vida
pra eu poder escrever com você.
Aline Vallim.
quinta-feira, 27 de julho de 2017
Quando.
Quando o seu coração tá tão murcho que parece que não tem mais força para bombear.
Quando você pensa que tá tão sozinho, que parece que foi o único "sortudo" sobrevivente de uma explosão nuclear que ao que parece, assolou a Terra.
Quando ninguém te entende, e não importa que você esteja com vontade de chorar deitada no chão até não ter mais lágrimas, e ninguém consegue ser sensível na hora que você mais precisa.
Quando você fala mas não consegue que ninguém entenda. Parece que você fala qualquer língua, menos o idioma do resto das pessoas ao seu redor.
Quando você se sente apenas um ajuntamento de moléculas, que ainda não faz ideia do que veio fazer aqui.
Quando você não sabe do seu futuro e também tem medo de saber.
Quando não vê nenhuma possibilidade de melhora ou nenhuma reviravolta que de alguma forma possa te fazer sorrir de novo. Quando esboçar um sorriso genuinamente parece um sacrifício. Há momentos de extrema tristeza, como esse agora, que sento em frente ao computador e choro copiosamente querendo com todas as minhas forças ser salva. Ao mesmo tempo, eu sei mais do que posso explicar que a única coisa que não devemos esperar de ninguém é salvamento. Mas às vezes, é mais forte.
Nesses momentos quando os "quandos" são muitos, e quando a gente não encontra remédio, é bom chorar. Mesmo com medo de se afogar. Mesmo que seja difícil de parar.
Soluce, fique sem ar, queira morrer e daí então volte mais forte.
A gente não tem muita escolha, quando começa a chover. Não é?
Temos que esperar passar.
Aline Vallim.
De onde vem o desejo.
Essa coisa de tentar explicar de onde vem o desejo é perda de energia.
É ter certeza que palavras, eu não vou encontrar.
Ele brota como água em nascente. Ele se acomoda gentilmente no corpo e na mente, como a criança que cuidadosamente se aninha no colo de mãe.
Tenho vontade de te explicar pro meu coração, mas quando ele te olha só sente aquela sensação boa de inverno com Solzinho quente na medida certa, abraçando a pele. Aquele sentimento de que a vida não pode ser mais maravilhosa, e que se ela for um centímetro mais perfeita é capaz de o céu explodir e virar serpentina. É agonia.
É café quente que queima a língua. É língua molhada que beija gostoso.
O desejo de tão apetitoso é incômodo. Sempre implora por explicações que nunca são dadas. Porque ao mesmo tempo, ele rejeita todo e qualquer raciocínio lógico.
Então, me dê a mão quando eu a estender para você. Me acompanhe até a cama quando eu estiver procurando pelo seu colo ou pelo seu sexo. Ou pelos seus ouvidos quando eu estiver triste demais, e precisar do seu incentivo. E dos seus elogios de admiração e cobertos de boas intenções.
Se dedique ao que não pode explicar, devote-se a divindade do que não é concreto mas nem por isso, é menos palpável.
Me faça derreter como quando me olha em admiração só porque eu te deixo, às vezes por raiva e outras por perplexidade, sem palavras.
Me faça continuar sem poder te explicar, porque o melhor da vida nunca caberá dentro de qualquer verbalização.
Fica, amor.
Seja amor.
Aline Vallim.
quarta-feira, 26 de julho de 2017
Solitude.
A solidão morre de medo da solitude!
Confuso, porém poético!
Danadinha essa tal da solidão, se faz de
melhor amiga para você não se desgarrar
dela, quer ser sempre a parceira inseparável
de todas as horas de angústia só para você
não se enxergar no espelho
e aprender que sua compania é tudo o que você
mais precisa lapidar!
Brilhou? Pronto, fodeu ela fica louca.
Já sabe que você encontrou uma amiga melhor
do que ela não tem sido: a solitude!
A solitude demora para chegar, mas traz
com ela um dos maiores presentes que a vida
pode te dar, o encontro com você!
Cheia de doçura, a solitude nada mais é do
que o estágio do: eu me aceito, gosto de mim
assim e consigo ficar comigo durante horas a fio criando os passos mais certeiros que daremos em comunhão!
A solidão só quer te encher a porra do saco
de mais vazio, enquanto a solitude de amor
e gratidão por você amar a ti mesmo, e consequentemente a vida!
Dri Cassimiro, amiga do Eu dou o que escrever, desde os primórdios.
Confuso, porém poético!
Danadinha essa tal da solidão, se faz de
melhor amiga para você não se desgarrar
dela, quer ser sempre a parceira inseparável
de todas as horas de angústia só para você
não se enxergar no espelho
e aprender que sua compania é tudo o que você
mais precisa lapidar!
Brilhou? Pronto, fodeu ela fica louca.
Já sabe que você encontrou uma amiga melhor
do que ela não tem sido: a solitude!
A solitude demora para chegar, mas traz
com ela um dos maiores presentes que a vida
pode te dar, o encontro com você!
Cheia de doçura, a solitude nada mais é do
que o estágio do: eu me aceito, gosto de mim
assim e consigo ficar comigo durante horas a fio criando os passos mais certeiros que daremos em comunhão!
A solidão só quer te encher a porra do saco
de mais vazio, enquanto a solitude de amor
e gratidão por você amar a ti mesmo, e consequentemente a vida!
Dri Cassimiro, amiga do Eu dou o que escrever, desde os primórdios.
sábado, 22 de julho de 2017
Melhor escolha.
Eu olho pela janela do lugar onde eu trabalho, eu vejo uma imensidão, vejo a baía de Guanabara, vejo uma floresta de concreto, vejo centenas de pessoas passando por hora. Vejo o dia passar tão lindo e vejo tudo escurecer. Quando anoitece, todas as luzes acesas de cada apartamento, casa, escritório, cada centímetro da cidade guarda vidas que eu nunca conhecerei. Todos carregam tanto, todos carregam o que quase ninguém nunca saberá.
Quem esbarra em mim pra em seguida pedir desculpa, ou não pedir. Quem me sorri um bom dia, com calor e vontade. Quem me fecha a cara, quem me é arrogante... Tanto, tanto que passa e nunca é revelado. Essa noção pode ser fascinante ou simplesmente aterrorizante. Quantas pessoas maravilhosas, a gente não vai ter a chance de tocar e se tocado. Os dias passam, as pessoas também, as chances nem se fala. A gente não se permite pelos mais diversos motivos. Ou paga pra ver, vive, e segue. Nunca teremos vivido o bastante. Sempre haverá o mundo para descobrirmos. A maioria de nós está perdido nesse mar de gente, tentando apenas se encontrar. Ou ser encontrado.
Aquela oportunidade de ouro, aquele olhar certeiro. Muitos de nós congela, paralisa, tem medo. Mas a não ser que você tome coragem e dê o primeiro passo em direção ao que você deseja, não será notado em meio a multidão. O universo precisa de movimento pra girar. Faça o seu mundo caminhar.
Se mexa! Se dê chances que ninguém mais daria.
Tantos questionamentos, tantas dúvidas, tanta vida que a gente perde para ganhar a vida.
Vai! Seja sempre a melhor escolha que alguém possa fazer.
Não tenha medo.
Deixe marcas nos corações e nas vidas, as quais você tocar. Tenha humildade.
Não tenha muletas emocionais. Exercite sempre sua independência sentimental mas respeite o que vai dentro do outro.
A gente segue, sem saber ao certo pra onde. A vida é assim.
A vida não é encontrar o que se procura, é o caminho em si até o encontro. Faça desse caminho o mais próximo do que acredita pra si, e só vá. Dê o seu primeiro passo, seja ele como for ou qual for.
Não tenha medo do seu medo, e acredite em mim quando eu digo: Você não é o único. Estamos todos com medo. No final, nada importa muito. Não é sobre ser bem sucedido, não é sobre ganhar muito dinheiro, não é sobre a sua posição ou prestígio, não é sobre o superficial. No final o que conta de verdade, é a vida que você viveu e como você encosta na alma do outro e colore tudo a sua volta.
Vai!
Aline Vallim.
Quem esbarra em mim pra em seguida pedir desculpa, ou não pedir. Quem me sorri um bom dia, com calor e vontade. Quem me fecha a cara, quem me é arrogante... Tanto, tanto que passa e nunca é revelado. Essa noção pode ser fascinante ou simplesmente aterrorizante. Quantas pessoas maravilhosas, a gente não vai ter a chance de tocar e se tocado. Os dias passam, as pessoas também, as chances nem se fala. A gente não se permite pelos mais diversos motivos. Ou paga pra ver, vive, e segue. Nunca teremos vivido o bastante. Sempre haverá o mundo para descobrirmos. A maioria de nós está perdido nesse mar de gente, tentando apenas se encontrar. Ou ser encontrado.
Aquela oportunidade de ouro, aquele olhar certeiro. Muitos de nós congela, paralisa, tem medo. Mas a não ser que você tome coragem e dê o primeiro passo em direção ao que você deseja, não será notado em meio a multidão. O universo precisa de movimento pra girar. Faça o seu mundo caminhar.
Se mexa! Se dê chances que ninguém mais daria.
Tantos questionamentos, tantas dúvidas, tanta vida que a gente perde para ganhar a vida.
Vai! Seja sempre a melhor escolha que alguém possa fazer.
Não tenha medo.
Deixe marcas nos corações e nas vidas, as quais você tocar. Tenha humildade.
Não tenha muletas emocionais. Exercite sempre sua independência sentimental mas respeite o que vai dentro do outro.
A gente segue, sem saber ao certo pra onde. A vida é assim.
A vida não é encontrar o que se procura, é o caminho em si até o encontro. Faça desse caminho o mais próximo do que acredita pra si, e só vá. Dê o seu primeiro passo, seja ele como for ou qual for.
Não tenha medo do seu medo, e acredite em mim quando eu digo: Você não é o único. Estamos todos com medo. No final, nada importa muito. Não é sobre ser bem sucedido, não é sobre ganhar muito dinheiro, não é sobre a sua posição ou prestígio, não é sobre o superficial. No final o que conta de verdade, é a vida que você viveu e como você encosta na alma do outro e colore tudo a sua volta.
Vai!
Aline Vallim.
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